“Sou um português
errante a caminhar
Em busca do país
que não se encontra”
Manuel
Alegre
Portugal,
estrategicamente erguido às portas do mar, é um país pequeno demais para a sua
gente. Foi assim colocado geograficamente com a face virada para a salgada
maresia, talvez por desígnio do acaso, ou, quem sabe, por sorte divina. Tudo o
que sabemos é que a sibilante neblina sempre sussurrou cantos do estrangeiro,
atraindo-nos para as prometidas cores selvagens do distante. E assim foi o português,
à deriva, à procura de descobrir o que aqui não conseguia achar.
Assim foi…e
assim vai! “Ser português” é isso mesmo, é ir! Vamos para todo o lado e vamos
tarde. Tal como as naus, antigamente, se atreviam em busca de oportunidades
únicas de negócio e riqueza, lá vamos nós, actualmente, flutuando pelo mundo à
procura de perspectivas de emprego.
Sem dúvida,
“ser português” é partir e chorar a só nossa saudade pela voz do fado, que nos
orgulha.
Talvez seja
mesmo necessário que se deixe a terra da mãezinha, que se vagueie perdido por
outros campos, para que o grande Português possa abrir a sua mente para o que
sempre teve no seu bolso e, todos os dias, o alheio andou a cobiçar.
Porque eu
acredito que aqui, neste cantinho ao sol, há mais do que falhados que nem
capacidade para cumprir um horário têm! Eu sei que existem almas inspiradas que
todos os dias vislumbram o Sol e encaram o mar como a esperança de nos
estendermos além dos limites.
Assim
reforço, “Ser português” é deixar para encantar, é sair para sempre voltar.
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